sexta-feira, 22 de julho de 2011

Revalidação do diploma médico: uma questão de saúde ou ideologia?

Revalidação do diploma médico: uma questão de saúde ou ideologia?

A discussão entre médicos e grupo políticos, apesar de ser uma questão de saúde, envolve ideologia. Por Carla Delecrode

21/01/2011
O debate sobre o processo de revalidação dos diplomas médicos obtidos no exterior está longe de ser simples. A polêmica envolve, além da classe médica, faculdades latino-americanas, grupos e partidos políticos. De um lado PT, PC do B e MST, que defendem a revalidação automática do diploma. Do outro, órgãos que regulamentam o exercício da profissão, como o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira, que apoiam a aplicação de um exame que habilite o médico formado no exterior a clinicar no Brasil, conforme previsto no projeto piloto do governo, testado em 2010.
Universidades cubanas, bolivianas e argentinas estão no centro da polêmica, já que costumam acolher muitos estudantes brasileiros, que em seguida voltam para o Brasil e desejam revalidar o diploma para exercer a medicina. O CFM questiona a qualidade de formação destes diplomados e tem motivo de sobra para tal. Uma das razões é a reprovação da maioria absoluta dos que fizeram a prova de habilitação aplicada pelo governo em 2010 — quando foi feito pela primeira vez um exame nacional. No exame, somente dois de 628 diplomados conseguiram revalidar o diploma.
A maioria dos reprovados estudou em instituições latino-americanas, principalmente em universidades cubanas, que são estatais e têm como critério de ingresso a afinidade ideológica. Os estudantes não são selecionados por uma prova, como aqui, mas eles são indicados por movimentos sociais, organizações não-governamentais e por partidos políticos. Já na Bolívia e na Argentina, as faculdades de medicina são particulares. A facilidade de ingresso em tais universidades explica o porquê delas serem o destino de muitos estudantes que não conseguiram passar nos concorridos vestibulares brasileiros.
Em 2010, o governo tentou resolver o impasse, defendendo o projeto piloto — criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação — que visaria regular a revalidação do diploma por meio de uma prova uniforme preparada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC, que seria aplicada por todas as universidades. O desastroso resultado dos alunos acabou não dando um ponto final à questão. O PT, PC do B e MST — movimento que mandou para Cuba, entre 1999 e 2007, 26 estudantes indicados e que se formaram em medicina — continuaram pressionando o governo Lula em 2010 para facilitar o reconhecimento do diploma cubano. A postura do governo foi submeter o exame aplicado à “ajustes”.
O CFM reiterou seu apoio à implantação do projeto piloto de certificação, testado em 2010, e afirmou em nota que o exame é “transparente, ético e possui rigor”. “Mantemos nossa defesa à proposta, a qual vemos como porta para o exercício da cidadania, sendo que o CFM estará atento para lutar contra pressões externas — de caráter corporativo ou político-ideológicos –que intentem comprometer as metas almejadas”, de acordo com trecho da nota divulgada pelo CFM.
Segundo dados do órgão, dos 298 brasileiros que se formaram na Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), a mais conhecida de Cuba, entre 2005 e 2009, só 25 conseguiram reconhecer o diploma no Brasil. Para o órgão, tais universidades têm o currículo ultrapassado, a estrutura defasada e não têm professores qualificados. Os partidos explicam que, em Cuba, é adotado um outro modelo de formação, voltado para a medicina preventiva e não para a medicina curativa, e visaria a atender a população de baixa renda’. Diante dos argumentos e da importância do exercício da medicina para a vida, a questão central e que não deve ser esquecida é: qual a melhor solução para garantir a saúde do brasileiro?

Saúde ou ideologia

Em paralelo ao debate, os que defendem facilitar o processo de revalidação do diploma levantam a bandeira da ideologia da esquerda para defender sua posição, principalmente, em favor dos diplomados de Cuba. Em 2009, a Frente Parlamentar de Solidariedade a Cuba promoveu uma audiência pública em São Paulo, em que o assunto foi discutido. Alguns dos argumentos levantados pelos participantes do evento demonstram o víeis ideológico que se insere na discussão, como críticas ao corporativismo da classe médica e ao modelo excludente e elitista de formação do médico no Brasil e do sistema de saúde que, para eles, não consegue atender às necessidades da população.
O deputado Raul Marcelo, do PSOL, foi um dos que participaram do evento. Ele critica o trâmite adotado, desde 1999, para habilitar os diplomados no exterior. Segundo ele, em seu site, além do exame aplicado por uma universidade federal, também é exigido de muitos que refaçam disciplinas. “Enquanto isso, milhões de brasileiros não têm o direito básico de atenção à saúde garantido pelo Estado e milhares de médicos formados por uma das melhores escolas de medicina do mundo não podem atender a essa demanda”, diz o deputado em artigo publicado em seu site. Ele também lembra que ainda existem no país 455 municípios sem médicos. Cuba é o único país que oferece bolsas integrais para brasileiros, segundo o site da Frente Parlamentar de Solidariedade a Cuba.
Caro leitor,

Você concorda com a revitalização automática do diploma médico?
Em sua opinião, facilitar a entrada de médicos formados no exterior pode ser um caminho para melhorar a Saúde?
Em sua opinião, o debate deveria ser levado à sociedade?

Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/mundo/revalidacao-do-diploma-medico-uma-questao-de-saude-ou-ideologia/ 

Alguns comentarios postados neste site citado acima:
Opinião de Diogo Bezerra
Na data: 30 de junho de 2011 as 21:48
A prova de revalidação é a garantia da qualidade do profissional, ao menos em conhecimento técnico-científico. A revallidação automática seria um atentado à saúde pública, um perigo à população, principalmente os mais necessitados, carentes. O custo de formação no Brasil é caro para o médico, que se atualiza continuamente, assim, também seria desvalorização do nosso profissional. Todos os países europeus tem regimes rígidos para validação de diplomas extrangeiros, então essa proposta parece ter comprometimento excusos e políticos apenas, infelizmente.
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Opinião de Marcel
Na data: 28 de junho de 2011 as 19:25
Sou estudante do Pré Clinico na Bolívia e nao acho justo uma revalidação automatica do meu diploma… Porem quero uma prova justa e nao essa palhaçada que vem acontecendo!
Brasil existe compra de vagas.. entao ja começa a injustiça por ae!
Me pediram R$30.000 para entrar em uma universidade Particular e R$100.000 para uma Federal em Medicina no Brasil e a lista de universidades era enorme para escolha!
Brasil existe vestibular para ingressar, porem passar em um vestibular nao quer dizer se voce vai ser melhor ou pior médico no futuro.. pois medicina se aprende mesmo e depois do tal vestibular. (isso serve pra preencher vagas)
Um bom médico nao é aquele que tirou 1 lugar no vestibular.. mas sim aquele que se dedicou nos anos de seu curso, que tem humildade em saber procurar uma soluçao em grupo, que trate o ser humano com respeito entre outras..
O ensino que curso na Bolívia é tão bom quanto ao ministrado no Brasil. pois nossa GRADE curricular é superior a do Brasil sem contar a carga horária que simplesmente é o dobro! somada a lingua inglesa e espanhola.
Temos muito mais praticas e teóricas.
Porem nem todos estao na Bolívia para se dedicar de verdade! igualmente no Brasil.
Acredito que o medo que os médicos e futuros novos medicos do Brasil hoje tem mais medo da concorrencia do que com a união em favor de uma qualidade de vida melhor para os Brasileiros, tendo em vista que juntos poderiamos somar para o bem de todos.
Lembramos que a Medicina nao pode e nem deve ser um clube fechado…
Sou a favor de uma prova de aptidão, mas sou a favor de que seja aplicada para TODOS os formados em medicina, seja BRASIL/BOLIVIA/ ARGENTINA/CUBA e etc…
Quem nao deve nao teme… e quem teme!! se esquiva..
Não sou mais que ninguem aqui ou em qualquer lugar, mas debato com qualquer estudante do mesmo nível ou periodo que o meu!
Vamos salvar vidas… pq o povo muitas vezes ignorante à saúde depende de nós Medicos dedicados.
No pensamento dos inumeros estudantes de medicina fora do Brasil hoje.. só se fala em Voltar e terminar o Curso no Brasil pelo fato de entrar direto no mercado de trabalho e só!
Abraços a todos…
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Opinião de Martiins (Porto Velho, Rondônia)
Na data: 26 de junho de 2011 as 13:11
Bom dia! Tenho certeza que muitos pensam que vivem nos EUA, Canadá ou Alemanha e se esquecem que vivem no Brasil. País dos corruptos, das favelas e prostitutas, assim somos visto pelos países do 1° mundo e pelos hermanos suldamericanos. Há!!! Somos reconhecidos como bons no futebol.
Devido a uma melhora econômica nos últimos anos, que ainda não se refletiu as classes mais baixas, já pensam que são superiores aos demais.
Analise os índices dos países visinhos e comparem com os nossos, observe que são países com uma extensão territorial e uma população muitas vezes menor que ha de um estado brasileiro. Mas com resultados melhores que o do Brasil a se perde de vista.
Tudo que se publica na medicina é em inglês, depois espanhol, por ultimo português. Quantos médicos brasileiros recém formados você conhecem que fala inglês.
Já que somos tão superiores aos demais países, não vejo problema algum de que todos façam uma prova para receber seu CRM. Porque o medo de compararmos as escolas medica. Será que se pode aprender mais com um custo muito menor, existe a hipótese de a medicina brasileira não ser tão boa como se prega. Ou mostraria a grande desigualdade que existe dentro do nosso próprio país.
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Opinião de margarete
Na data: 16 de junho de 2011 as 12:10
Quero dizer ao autor do texto acima e a todos os que deram suas opiniões contra a medicina desses países e contra os profissionais que são gerados por lá, que ACORDEM…. ACORDEM… Existe medicina de qualidade e saúde fora do Brasil. Acordem. Deixem de achar que temos o rei na barriga e somos melhores que os outros porque HELLOOOO, como diria a minha priminha de 4 anos, nós não somos melhores do que eles. E eles também não são melhores do que nós. ACORDEM, repito. Vocês acham mesmo que se não fossem por nós brasileiros, se não fosse a nossa maravilhosa medicina os nossos irmãos sul-americanos e igualmente em processo de desenvolvimento, morreriam à mingua? É isso??? Kkkkkk ai meu Deus, isso me faz rir. Quantos hispanoamericanos o Brasil recebe no seu Sistema Único de Saúde para tratamento médico? Pooucos, pouquíssimos, e ainda assim com má vontade e inúmeras restrições. Então, quem vocês acham que previne, trata, reabilita, CURA, SALVA, os 400 milhões, repito, QUATROCENTOS MILHÕES de habitantes da América Hispânica (hispânico é referente a Espanhol, ok?)? São os SUPER-MÉDICOS DO BRASIL? Nãaaao, são os super-médicos de lá mesmo, da Argentina, da Bolivia, do Peru, do Uruguay, do México, de Cuba, enfim… são eles. Sem nos pedir nem um pouquinho de ajuda. “Solitos”, como diriam eles, ou “by themselves” para os que acham que Inglês é melhor que Espanhol. Olhem na página eletrônica da OMS e da OPAS os gráficos e índices de saúde pública do Brasil e dos demais vizinhos sulamericanos, vocês verão quem em inúuumeros quesitos os nossos “hermanos” estão dando de lavaaada na gente. A mortalidade infantil, um dos índices mais importantes para se dizer se a saúde de um lugar é boa ou ruim, no Brasil em 2009 foi de 22,6% enquanto no Equador foi de 20,9%, na Venezuela 21,5% (mesmo com o Chavez), na Colombia 18,9% (mesmo com as FARC), na nossa irmã ARGENTINA, de onde vêm muuuuitos dos médicos aqui criticados: 11,4% (BABEM), no Uruguay: 11,3% e no Chile, que pouco se importa se nós brasileiros existimos ou não: 7,7% (DESMAIEM)… E tem outros dados estatísticos de saúde publica em que “los hermanos de habla española” dão de… mostrar mais, porquanto façam uma pesquisa antes falar pelos cotovelos.
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Opinião de margarete aparecida Oliveira (Pouso Alegre, Minas Gerais)
Na data: 15 de junho de 2011 as 13:59
É totalmente viável, a aplicação de tal prova para validação do diploma, desde que os graduados em medicina no brasil também fossem obrigados a fazê-la, até mesmo para provarem seus conhecimentos, ainda mais diante da enorme quantidade de erros médicos que estamos presenciando. A meu ver para o exercício da medicina, teria que ser aplicada uma prova que realmente identificasse a aptidão do médico para o seu exercício, assim como o é no Direito,tem que ser aprovado na OAB,afinal se no direito é assim, que não trabalha com a vida, mormente que deveria ser na Medicina, atividade em que o médico está em constante contato com a vida, no único interesse de curar e salvar, isto é, se é esse mesmo o interesse, pois temos nos deparado com tantos erros médicos nesse brasil, que coloca em xeque a qualidade do ensino da medicina no Brasil, um opera a perna errada, outro corta a perna de uma criança quando operava a cabeça, outro esquece a tesoura na barriga da paciente, e por aí vai, não sendo necessário mencionar todos, pois não caberia, neste espaço, afinal nem é preciso, pois é notório os cabulosos erros dos médicos brasileiros formados no Brasil, isso sem falar naqueles que não chegam na mídia. E posto ser a Medicina o ramo da preservação da saúde e da vida, seus profissionais teriam que estar totalmente aptos para exercê-la, de modo que questionar a qualidade do ensino em outros países não é uma atitude inteligente, é como se diz no ditado popular: sentar em cima do rabo e cutucar o do vizinho.
E ainda vale dizer que a CREMESP, em aplicação de uma prova em 2009 nos alunos de medicina que estavam formando naquele ano, teve reprovação de 56%, e como a prova não era obrigatória, imagino que quem fez a prova realmente queria provar seus conhecimentos. De maneira que precisamos e muito melhorar a qualidade do ensino médico no Brasil, ao invés de ficar criticando o ensino de outros países, ainda vale dizer que foi dito em reportagem do fantástico de que tal prova pra revalidação de diploma estrangeiro pede conhecimentos de especialistas, e sendo assim dificilmente um graduado brasileiro também passaria, a não que durante a graduação desenvolveu verdadeiro amor pela medicina, aprofundando seus conhecimentos, ou tivesse um padrinho.
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Opinião de Marcelo (Brasília, Distrito Federal)
Na data: 6 de junho de 2011 as 22:46
Creio que da mesma forma que, hoje, é cobrado o exame da OAB para os formados em Direito, todos os formados em medicina deveriam ser submetidos ao mesmo teste, independente de terem estudado aqui no Brasil ou no exterior. A carreira médica é a mesma, pois médico deve ser médico em qualquer lugar do planeta. Portanto, os que são verdadeiramente capazes poderão provar sua competência ao realizarem um exame. Chega de preconceito! Exame para todos, sem distinção de nacionalidade! Tenho certeza de que muitos estudantes brasileiros reprovariam no exame, e não apenas os que cursaram no exterior. Chega de preconceito! Direitos Humanos já! Chega de tratamento desigual! Com certeza, assim todos ganham!!!

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